Home Poesia Prosa Traduções Colaborações Arquivo Contatos

Bem-vindo à homepage de Renato Suttana.

Pablo Picasso

 

CANÇÃO DO PALÁCIO DA AJUDA

 

(Popular. Recolhido por Nicolau Saião)

 

Belo Palácio da Ajuda

palácio de grande altura

casa cheia tem fartura

não sou só eu que o digo

corre a galinha ao trigo

e a fama é dos pardais

albardas sem atafais

e selas sem terem estribos

na praça se vendem figos

p’ra contentar os rapazes

no mar andam alcatrazes

também lá andam gaivotas

menina das pernas tortas

todos lhe chamam canejos

vão-se as sezões com os desejos

e as feridas com unguento

mói o moinho de vento

e tece a teia a aranha

esta cantiga é tamanha

não tem princípio nem fim

um raminho de alecrim

que se dá aos namorados

as armas são pr’ós soldados

também são pr’ós caçadores

triste de quem tem amores

bem ligeiro tem de andar

a gaita é para tocar

o pente é para a cabeça

menina não endoideça

que se pode dar por feliz

tem um tamanho nariz

que lhe chega até ao seio

que tem mais de palmo e meio

criado com tanto vigor

que muita gente lho tem gabado

pr’á bigorna dum ferrador.

 

Retorna ao topo

Outras colaborações de Nicolau Saião