Home Poesia Prosa Traduções Colaborações Arquivo Contatos

Bem-vindo à homepage de Renato Suttana.

Nicolau Saião

 

a Poesia de Édison Carneiro Redescoberta por GilFrancisco

 

(Cid Seixas[1])

 

A pesquisa de fontes no âmbito dos estudos literários tem, ganho especial relevância no mundo acadêmico pela constante possibilidade de revisão do saber estabelecido. Até alguns anos atrás, o trabalho de recuperação ou de resgate dos documentos da memória cultural era pouco valorizado em meio aos estudiosos universitários das letras. Somente após a chegada tardia dos Estudos Culturais ao Brasil, em substituição aos estudos orientados pelo método estrutural, foi plenamente reconhecida à importância do paciente e, muitas vezes, infrutífero, ou não recompensado, trabalho de exploração das fontes documentais.

 

Como a inteligência universitária brasileira insiste em se realimentar sob o signo da exclusão, somos periodicamente assaltados pela tentativa de desqualificação dos métodos, recursos e técnicas que, após passarem pela relativamente longa fase ufanista, conseguem se estabelecer como instrumentos auxiliares do trabalho de investigação. Passada a deslumbrada adolescência de um modismo intelectual, ele consegue, finalmente, se integrar ao sistema de produção da cultura e imprimir resultados que ultrapassem as circunstâncias em que foi produzido. Nesse momento, infelizmente, a erudição apressada em seguir a moda dos estilistas e costureiros da academia decreta a obsolescência das práticas de domínio socializado, para propor incertas incursões por novos caminhos que, por sua vez, também serão destituídos, ou destruídos, antes de imprimirem resultados permanentes.

 

O mais produtivo, sabemos, sempre será a diversidade, assegurando a continuidade dos caminhos abertos por uns e a tentativa de descoberta de novos recursos por outros estudiosos, permitindo através da pluralidade uma constante realimentação cultural. O gosto arraigado pela exclusão prefere, no entanto, desqualificar o definido para estabelecer o ainda difuso.

 

Tal aconteceu com a investigação das fontes e documentos da memória cultural que, finalmente, anos atrás, voltaram a ser valorizados. Aqui e ali, investigadores solitários dão continuidade aos seus trabalhos sem preocupação de sintonia fina com a direção dos ventos acadêmicos da estação. Com um pé na academia e outro no mundo da rua, Gilfrancisco continua se ocupando de uma velha predileção, adquirida quando colaborava com pesquisadores da história. Ao longo de alguns anos, este baiano radicado em Aracaju vem reunindo, nas bibliotecas e nos arquivos públicos daqui e de lá, documentos do modernismo brasileiro e das suas manifestações na Bahia.

 

A incursão pelo ainda pouco conhecido rastro deixado pela Academia dos Rebeldes é um dos resultados deste largo e longo caminho pacientemente percorrido. Tenho insistido em artigos sobre o tema que a imagem que nos foi passada da Academia dos Rebeldes – inclusive por Jorge Amado, durante muitos anos – foi a de uma mera e falhada reunião de adolescentes malcriados. Capitaneados pela, contraditoriamente, constelar e desagregadora figura de Pinheiro Viegas, os jovens rebeldes de 1928 teriam apenas deixado seu fel escorrer pelas ladeiras oleosas da Bahia – conforme a versão ainda corrente.

 

Nada mais impreciso. Esta antiacadêmica Academia dos Rebeldes, apesar das aparentes e reais contradições, marcou uma resposta da cultura baiana, através do seu substrato negro-mestiço identificado com o popular, aos caminhos do modernismo paulista de importação. Se o modernismo eclodido com a Semana de Arte Moderna de 22 valorizava a experiência nacional como moldagem de um figurino vindo de fora, os baianos do final da década de vinte pareciam menos “modernos” e mais “tradicionistas” porque partiam do local, do regional e do popular para atingir a “universalidade”. Tanto assim que os rebeldes baianos de 28 ajudaram a formar uma nova consciência que ganhou visibilidade com o romance regionalista de 30.

 

O etnólogo, o homem negro-mestiço que se integraria – como intelectual bem formado nos cânones europeus – aos valores ancestrais da sua gente, Édison Carneiro, teve um papel decisivo na aproximação de Jorge Amado com a cultura plural e mestiça da Bahia. Desde muito jovem, o então poeta e futuro etnólogo conduzia os outros rebeldes aos terreiros de encantado, onde foi dignificado com o posto de ogã. Ao saudar a aparição do seu primeiro livro de estudos antropológicos, Religiões negras: Notas de etnografia religiosa, de 1936, Jorge Amado não somente ombreia o jovem estreante de apenas 24 anos aos clássicos do tema e dos estudos correlatos (Nina Rodrigues, Artur Ramos, Manoel Quirino ou mesmo o grande Gilberto Freire) como ressalta a importância até então impar do trabalho de Édison Carneiro: um estudioso da cultura negra que viveu a realidade concreta do seu objeto de estudo, por se tratar, ele-mesmo, de um entre os muitos agentes do mundo de mistérios dos orixás.

 

É, além de tudo, um estudo feito por um homem da mesma raça que os estudados. Édison Carneiro nesses estudos nada tem de diletante. Com a raça africana da Bahia, ele sofreu, ele riu em grandes gargalhadas, ele dançou nas macumbas, comeu comidas de estranhos nomes, amou. É um deles e assim esse estudo, esse depoimento, ganha em força e em verdade. Não fala um estudioso das religiões Negras. Fala um membro das religiões negras que é ao mesmo tempo um dos sujeitos mais cultos do Brasil.[2]

 

O texto acima, do então jovem e já consagrado romancista, que a exemplo do etnólogo tinha apenas 24 anos, traz nas suas poucas palavras muito do que o futuro autor da grande epopéia negro-mestiça da Bahia percebe e elabora do caráter psíquico e social da cultura de raízes africanas. Observe-se que, com brevidade concisa, ele chama atenção para o mal-estar do homem negro numa cultura que se percebia e se queria branca: “ele sofreu”. Logo em seguida, Amado assinala a extraordinária força de resistência cultural: “ele riu em grandes gargalhadas...” É esta capacidade – dentre algumas outras – de reagir à adversidade, através da alegria e do riso, legada pela raça negra à cultura mestiça, que constitui um aspecto fundamental da identidade brasileira.

 

Convém firmar que a etnografia de Édison Carneiro não tinha nada da visão exterior e estereotipada evidenciada por um Nina Rodrigues, por exemplo. Daí, o jovem rebelde ter sido capaz – conforme já na época sublinhava Jorge Amado – de reafirmar ou corrigir as especulações anteriores fundado tanto em pesquisas de campo quanto em “documentação notável”.

 

O futuro autor de Jubiabá encerra o seu artigo sobre Religiões negras, de Édison Carneiro, com uma confissão que fornece os indícios para que procuremos mais no companheiro de geração e menos no olímpico Gilberto Freire as bases da sua visão sociológica do negro: “Eu o admiro e o amo como a um irmão que sabe muito, que todo dia me ensina uma coisa nova”.

 

Mas voltemos um pouco mais no tempo, deixando em suspenso a aparição do cientista social com o já nascido clássico Religiões negras: Notas de etnografia religiosa, conforme a crítica favorável dos companheiros da época. Voltemos no tempo para flagrar o poeta adolescente.

 

Em 1928, quando começam as atividades etílicas, boêmias e intelectuais da Academia dos Rebeldes, tanto Jorge Amado quanto Édison Carneiro, os dois mascotes do grupo, tinham apenas dezesseis anos. Antes de se aventurarem nas páginas mais duradouras dos livros, ambos os escritores se valeram das voláteis páginas dos jornais para dar vazão à inquietação intelectual e à rebeldia incontida. Assim, Édison Carneiro publica uma coletânea formada por trinta poemas em moldes de folhetim. Embora esta palavra seja habitualmente usada para os romances e novelas editados, em fragmentos, nas páginas dos jornais, acreditamos ser também a que melhor define a publicação igualmente fragmentária de Musa Capenga nas colunas do diário A Noite, de Salvador, no período de 24 de setembro a 27 de novembro de 1928.

 

Curiosamente, embora chamado de poeta, o fato da existência do livro em folhetim não era lembrado mesmo pelos amigos e admiradores que ainda trazem na memória a atuação intelectual de Édison Carneiro. Bem verdade que Jorge Amado sempre o identificou como poeta, inclusive, no já citado artigo “O jovem feiticeiro”, o romancista reafirma a vocação poética do companheiro e justifica, em termos condizentes com as crenças esposadas nos anos trinta, a manifestação de um talento lírico através da pesquisa e do ensaio também chamado de sociológico. Ao explicar a transmutação do lirismo, da sensualidade e da sentimentalidade baiana – fatos tão próximos da poesia – em prosa, Amado também dá conta da sua própria vocação poética que se espraiou nos primeiros romances. A crítica da época destacava com freqüência a poesia inerente à prosa amadiana, generosamente derramada nas narrativas e nas falas do povo mestiço. Observe-se como as palavras ditas a respeito do jovem etnólogo também se aplicam ao romancista das terras e mares da Bahia:

 

Leva na sua alma a alma mística e sensual da Cidade da Bahia, corre as suas ruas de nomes poemáticos e doces; é, por assim dizer, o seu filho mais amado. Noutra época menos angustiosa que a nossa, Édison Carneiro não seria o ensaísta. Seria o grande poeta desta Cidade da Bahia de Todos os Santos, poeta amado nas escolas e nos salões pelos meninos, pelas moças e mesmo pelos almofadinhas, porque cantaria os costumes e a vida da sua Cidade, a ingenuidade das meninas, a sabedoria dos moleques.

 

Os grifos da palavra amado, que aparece duas vezes nesta passagem, são nossos, para sublinhar – através de uma aligeirada hipótese de manifestação de uma fala subjacente – a possível presença inconsciente de Amado na compreensão da obra do amigo. A expressão a sabedoria dos moleques, que também sublinhamos, traduz outro bordão característico da obra amadiana.

 

Mas voltemos ao poeta Édison Carneiro, deixando para um outro texto o enfoque da passagem do Jorge Amado poeta para o Jorge Amado romancista. Dizíamos que, curiosamente, embora chamado de poeta, o fato da existência do livro em folhetim não era lembrado mesmo pelos amigos e admiradores que ainda trazem na memória a atuação intelectual de Édison Carneiro. E tal continuaria ocorrendo não fosse a acuidade investigatória de Gilfrancisco. Pesquisando documentos sobre Pinheiro Viegas e a Academia dos Rebeldes, este bendito e ladino “rato de arquivos e bibliotecas” que é Gilfrancisco atirou no que viu e acertou no que não viu: resgatou, para surpresa de todos nós, o tão citado e até então desconhecido poeta Édison Carneiro, revivificado num retrato de corpo inteiro.

 

A Musa Capenga, de Édison Carneiro, e agora também um pouco de Gilfrancisco, nesta sua nova roupagem em moldes de livro, é uma coletânea formada por trinta poemas curtos e vazados em versos de deliberada irreverências modernistas.  O insólito da dicção corre por conta da ousada originalidade de um talento intelectual em busca da sua própria expressão, que só chegaria a termo anos mais tarde através da prosa ensaística. Aqui está um poeta ainda sem maiores recursos, sem lograr a plena identificação com o leitor, mais já despontando como um intelectual do seu tempo, sensível às questões que identificariam sua futura obra de ensaísta.

 

Bem verdade que, muitas vezes, a abordagem dos temas ainda estava preso aos preceitos e preconceitos que viriam a ser, por ele mesmo, derrubado, como o tratamento dispensado ao negro, freqüente na época mas hoje rechaçado como estratégia de afirmação. Num poema intitulado “Ralhando”, o objetivo visado é inteiramente apagado, na perspectiva do leitor de hoje, pela experiência do irreverente humor do poema piada que fecha o texto.

 

O poema é aberto com os versos:

 

Ah, negra faceira!

Que tolice, minha negra,

[...]

que você tenha

espichado

seu cabelo.

Para que

essa beleza

artificial [?].

 

Ao começar defendendo a identidade negra e a valorização dos encantos inerentes a esta raça, Édison Carneiro antecipa-se a todos que viriam a exaltar as qualidades positivas do negro, a exemplo de Jorge Amado e de Dorival Caymmi, na sua própria geração, ou de Caetano Veloso, numa das gerações posteriores. Mas o poema perde a sua eficiência e se desvia do objetivo pretendido quando cede à piada de gostos duvidosos. Para censurar o fato da sua “negra faceira” ter transformado os cabelos em “ligas melenas”, isto é, em cabelos longos e soltos, ele cede a uma forma de humor corrosivo, senão depreciativo e desprovido de graça. Fazendo referência às estradas de ferro em construção na época, o jovem poeta Édison Carneiro arremata:

 

E você

bem que podia

concorrer

com o pixaim

para cercá-las

a farpas de arame.

 

A conclusão do poema, nada poética, sem dúvida, surpreenderia ao futuro leitor do habitualmente correto e atento etnólogo Édison Carneiro. Pode-se argumentar que, do mesmo modo que o irreverente compositor Gabriel, o Pensador, faz humor em “Loura burra”, o poeta modernista dos anos vinte estaria adotando similar efeito cômico. Mas, na perspectiva atual, quando se afirmam os valores de uma raça e de uma cultura anteriormente humilhadas pela escravidão e pela posterior condenação à desgraça econômica, qualquer sátira que permita ser usada como valoração negativa deve ser evitado, para não reforçar os preconceitos.

 

Não esqueçamos, porém, que o momento vivido por Édison Carneiro era outro e que o conceito persecutório do politicamente correto, útil por um lado e caricato por outro, ainda não ditava a conduta norte-americana, politicamente incorreta. Pulando do político para o poético, digamos, portanto, que não é poeticamente correto julgar um texto dos anos vinte numa perspectiva de quase um século depois.

 

Mas em compensação ao mau gosto (e ao arame farpado) da chave de ouro besouro do poema “Ralhando”, um pouco antes, em “Ameaça”, o poeta-rebelde vai buscar na cultura negro-mestiça da Bahia e nas suas crenças mais fortemente arraigadas o tema e o título do texto. Diante de uma historinha de amor malsucedida e da desditosa dor de cotovelo, o jeitinho brasileiro mais uma vez se aplica através da usual ameaça mística, evocando a macumba:

 

Vou ao Pau Miúdo

e trago,

para botar na sua porta

uma coisa feita,

dessas que fazem

morrer de amor,

preparada,

minha beleza,

pelas mãos

do grande mago

Jubiabá.

 

Jorge Amado, anos depois, tomaria Jubiabá como tema de um dos seus romances; muito provavelmente em conseqüência do conhecimento de Édison Carneiro com o babalorixá do Pau Miúdo que incorporava o caboclo Jubiabá. Este poema é talvez a primeira referência literária a Jubiabá que, mais recentemente, na década de oitenta, reapareceria nos versos da chamada, axé music, na sua fase criativa e ainda não desvirtuada pela homofonia da indústria cultural. Jerônimo, que foi um dos mais importantes criadores da música baiana dessa época, evocava Jubiabá e seus poderes sobre os protegidos pelos despachos e padês, nos versos do poema musical que diz:

 

Toda nega faz amor com ele,

Toda branca tem o maior tesão.

 

Confirmam-se assim, meio século depois, os poderes e as delícias dos feitiços de amor.

 

Os incipientes poemas de Édison Carneiro, em Musa capenga, não obstante denunciarem a procura de uma elocução literária inovadora e de uma personalidade expressiva característica do seu autor, servem de manancial a muitos cursos de água que podem ser derivados da sua cachoeira de sugestões e aportes culturais.

 

Bem verdade que o próprio autor – apesar dos dezesseis anos, idade em que a razão e a autocrítica não são parceiras constantes – vê a precariedade da sua musa ou do seu invento artístico, propondo como referencial definidor o epíteto capenga. Mas esta poesia gauche não foi vã. Foi um primeiro campo de prova para as idéias e as palavras de um rebelde que deixaria seu nome inscrito entre as mais fidedignas contribuições ao estudo da cultura popular brasileira; estudo fundado na constituição étnica deste caleidoscópio vivo chamado de cultura brasileira.

 

A partir da descoberta destes textos por Gilfrancisco, passamos, todos nós que chegamos depois do seu achado, a dever ao abelhudo e afortunado investigador o primeiro impulso ao estudo da gênese da escritura do poeta e etnólogo Édison Carneiro. Estamos, portanto, diante de um caso bem-sucedido de pesquisa de fontes e documentos da memória cultural. O mérito de Gilfrancisco reafirma a máxima de Pessoa que, pequena, aqui ressoa:

 

Tudo vale a pena...

 

Gilfrancisco, nascido em 27/05/52, Salvador, Bahia começou como jornalista trabalhando nas sucursais dos jornais Movimento e Em Tempo, no início dos anos setenta época em que participou das atividades culturais no Estado produzindo vários shows musicais, passando a integrar o Grupo Experimental de Cinema da UFBA. Em 1975 é assistente de fotografia de Thomas Farkas no filme Morte das Velas do Recôncavo, dois anos depois como assistente de produção de Olney São Paulo, no filme Festa de São João no interior da Bahia, ambos documentários dirigidos por Guido Araújo, entre outros.

 

Foi durante algum tempo consultor e professor do Centro de Estudos e Pesquisas da História. Segundo o historiador Cid Teixeira “ não ficou na torre de marfim da pesquisa pela pesquisa, somente para ser lida e comentada por outros pesquisadores” ou Nélson de Araújo, ao afirmar que ” numa terra absolutamente destituída da crítica literária no rigor do termo, o trabalho de Gilfrancisco avulta como caso único. E necessariamente incompreendido”.Finalmente, o autor é referendado pela poeta Myriam Fraga quando diz: “é um autor que vem construindo sua carreira com humildade e paciência e tem sido um divulgador incansável da nossa literatura”.

 

Licenciado em Letras pela Universidade Católica do Salvador-UCSal, com Especialização em Tecnologia Educacional e Mestrando em Letras pela Universidade Federal da Bahia, é professor universitário, tendo chefiado e coordenado o Departamento de Letras da Universidade Tiradentes-UNIT. Atualmente é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA e coordenador do curso de Letras da Faculdade Atlântico-FA. Tem publicações em diversos periódicos do país: Revista da Bahia (EGBA), Revista Exu (Fund. Casa de Jorge Amado), Revista Travessia (UFSC), Revista Cepa (BA), Revista Teias (UFSC), Revist’aura (SP), Revista Arte Livro (BA), Judiciarium (SE), Revista da Literatura Brasileira (SP), Revista de Aracaju, Aracaju Magazine, entre outros.

 

Gilfrancisco publicou: Manifestações Literárias no Brasil Colonial: Gregório de Mattos e Guerra. Salvador, Curso Einstein, 1992; Conhecendo a Bahia. São Paulo, Ática, 1994; As Cartas, uma história piegas ou – destinatário  desconhecido (com Gláucia Lemos).

 

Salvador, BDA, 1996; Gregório de Mattos: o boca de todos os santos. Salvador BDA/UNIT, 1997. Recortes de Canudos, Raimundo Gama.Salvador BDA/UNIT, 1998 (participa com três textos.) Crônicas & Poemas Recolhidos de Sosígenes Costa. Ilhéus, Fundação Cultural, 2001; Ascendino Leite. João Pessoa, Idéia, 2002;Sergipe & Sergipanos. Aracaju, Secretaria de Cultura e Turismo do Estado, 2003; Revisão de Pinheiro Viegas. Salvador, Fundação Cultural do Estado/Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia, 2003.Tem no prelo os seguintes títulos: Musa capenga – Édison Carneiro; A poesia em pânico de Carlos Anísio Melhor; Flor em rochedo rubro – A poesia de Enoch Santiago Filho; O historiador José Calasans; Godofredo Filho, um modernista da província de São Salvador

 

Foi assim que a cidade da Bahia de Todos os Santos encontrou o seu grande poeta e o seu grande sociólogo. A imaginação o levou aos meios africanos, ao mistério das macumbas, à beleza dos candomblés. O desespero da época fez com que ele produzisse ensaios em vez de poemas. Agora sai seu primeiro livro: Religiões Negras. Apesar de primeiro livro, não é livro de estreante. Aos 24 anos, Édison Carneiro, mesmo sem livro, já era um grande nome.

 

Jorge Amado.

 


 


[1] Cid Seixas Fraga Filho é Professor Titular da UFBA e docente fundador do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural da UEFS. Doutor pela USP, escritor e jornalista. Autor de Triste Bahia, oh quão dessemelhante: Notas sobre a literatura na Bahia, além de quase vinte livros individuais e coletivos.

[2] Cf. AMADO, Jorge. O jovem feiticeiro. Boletim de Ariel. Rio de Janeiro, n. 3, dez. 36.

 

Retorna ao topo da página

Outros escritos de Gilfrancisco