Home Poesia Prosa Traduções Colaborações Arquivo Contatos

Bem-vindo à homepage de Renato Suttana.

Nuno de Matos Duarte

 

RELÍQUIA

 

(Cedric Elliot Morrison)

 

 

Onde está o silêncio onde jaz o silêncio?

Não neste braço sujo cortado

Não neste tapete espesso neste bloco de apontamentos

onde se curvam insultos rimas

Não no pequeno perímetro das veias

 

- afinal tudo tudo entre nuvens de carbono

semelhantes a um bafo de camponês sobre a neve

onde se esmagavam insectos e excrementos de lobo

Velho primo Renfeld mo ensinara num mês adolescente.

 

Onde  em que ilha de desolação

Sufocado  incerto  esse silêncio soberano

onde jaz cerzido por traços de faca de pedra

Não não o barulho de um passo que caminha para a beleza dum rosto

saindo de um vazadouro para a lama musgosa da margem

Brillhante como celofane

 

O silencio que respira

Sim o silêncio morno de quem busca o vazio

ou de quem busca uma côr imersa na carne recordada

da mão faminta de muitos negrumes alheios

 

O silêncio que se recolhe

Que se desdobra

Que nos relembra de momentos e perdas

O silêncio que permutamos

O silêncio para além da luz entre os olhos de uma fera morta.

 

(Tradução de Nicolau Saião)

 

 

Retorna ao topo da página