RELÍQUIA
(Cedric
Elliot Morrison)
Onde
está o silêncio onde jaz o silêncio?
Não
neste braço sujo cortado
Não
neste tapete espesso neste
bloco de apontamentos
onde
se curvam insultos rimas
Não
no pequeno perímetro das veias
-
afinal tudo tudo entre nuvens de carbono
semelhantes
a um bafo de camponês sobre a neve
onde
se esmagavam insectos e excrementos de lobo
Velho
primo Renfeld mo ensinara num mês adolescente.
Onde
em que ilha de desolação
Sufocado
incerto esse silêncio
soberano
onde
jaz cerzido
por traços de faca de pedra
Não
não o barulho de um passo que caminha para a beleza dum
rosto
saindo
de um vazadouro para a lama musgosa da margem
Brillhante
como celofane
O
silencio que respira
Sim
o silêncio morno de quem busca o vazio
ou
de quem busca uma côr imersa na carne recordada
da
mão faminta de
muitos negrumes alheios
O
silêncio que se recolhe
Que
se desdobra
Que
nos relembra de momentos e perdas
O
silêncio que permutamos
O
silêncio para além da luz entre os olhos de uma fera morta.
(Tradução
de Nicolau Saião)
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